Influente até os dias de hoje, o pai da medicina armênia foi um gênio que fez contribuições importantes para a medicina mundial
Você sabia que hoje, dia 18 de outubro, é celebrado no Brasil o Dia do Médico? Pensando nisso, nada mais justo que homenagear o pai da medicina armênia: Mkhitar Heratsi!
Origens
Mkhitar Heratsi foi um médico, cientista e autor armênio medieval que viveu durante os séculos XII e XIII, sendo mais conhecido por suas contribuições para o campo da medicina e por seus extensos escritos sobre uma ampla gama de tópicos, como ciência, filosofia e teologia – ele era poliglota e um conhecedor do trabalho de médicos árabes, gregos e persas.
Nascido na cidade de Khoy – atualmente no Irã – em ano indeterminado (provavelmente em 1100 ou 1118 ou 1120), era filho de um rico comerciante armênio. Recebeu uma educação abrangente em ciências e humanidades e desde muito jovem demonstrou uma particular aptidão para a medicina e começou a estudar a fundo o assunto. Acabou se tornando um médico após estudar no Reino Armênio da Cilícia, que era um reino que ficava localizado ao redor do golfo de Alexandreta, no mar Mediterrâneo (atualmente a região do sul da Turquia) e que foi independente entre 1078 e 1375.
Muito renomado, serviu como médico pessoal de vários reis e nobres armênios, sendo creditado por fazer contribuições significativas para o campo da medicina, incluindo o desenvolvimento de novas técnicas e a introdução de novas plantas medicinais e remédios, já que ele se interessava profundamente no mundo natural e fez contribuições significativas para o estudo da botânica, zoologia e outras disciplinas.
Além de seu trabalho na medicina, Heratsi também foi um escritor prolífico em outras áreas, tendo escrito vários livros e tratados sobre uma ampla gama de assuntos, incluindo filosofia e teologia. Suas obras foram amplamente lidas e ele é considerado um dos principais intelectuais de seu tempo.
Algumas das obras mais notáveis de Heratsi incluem “Livro de Medicina”, um que foi amplamente utilizado no Oriente Médio e na Europa; “Livro de Doenças”, um estudo detalhado de várias condições médicas e seus tratamentos; e “Livro dos Tesouros”, uma coleção de ensaios filosóficos e científicos. Porém, sua obra mais conhecida é “Alívio das Febres”, lançada em 1184, onde ele discute, entre outros assuntos, febres, cirurgias, dietas e psicoterapia – vale a pena destacar que a obra não foi escrita em armênio clássico, evidenciando que Heratsi queria disponibilizar o livro ao cidadão armênio comum.
Um verdadeiro gênio, além do trabalho em todas as áreas citadas anteriormente, ele também atuou nas áreas de educação e reforma social, tendo sido um forte defensor da expansão da educação e do estabelecimento de escolas.
Apesar de suas muitas realizações, pouco se sabe sobre a vida pessoal de Mkhitar Heratsi. Acredita-se que ele tenha morrido no ano de 1200 na atual Turquia e o seu legado continua a ser celebrado mesmo séculos após sua morte, já que seu trabalho foi reconhecido e estudado por estudiosos de todo o mundo. Mais do que isso, ele ainda é lembrado como um pioneiro no campo da medicina e um pensador brilhante.
Reconhecimento
Mesmo mais de 800 anos após a sua morte, o reconhecimento pela vida e história de Mkhitar Heratsi continua: a Universidade de Medicina de Yerevan leva o seu nome, bem como a mais alta honraria da Armênia outorgada aos profissionais de saúde, a Medalha de Mkhitar Heratsi.
Em 2021, o profissional outorgado foi Vicken Sepilian, que é o Presidente do Comitê Médico Internacional Armênio e que desempenhou um papel importante no combate à COVID-19 e na ajuda às vítimas da Guerra de 44 dias. Já em 2022 a medalha foi outorgada, por sua contribuição significativa ao campo da saúde, ao médico Gagik Jilavyan, Chefe do Departamento de Oncoginecologia do Centro Nacional de Oncologia V.A. Fanarjyan, que completou 75 anos em 2022.
Nesta data tão simbólica, parabenizamos a todos os médicos, que séculos depois, ainda continuam os passos e legado de Mkhitar Heratsi!