Anualmente, a UGAB Global, por meio do AGBU Performing Arts, realiza o festival Armênios no Cinema, que seleciona e exibe os melhores curtas-metragens dirigidos por armênios de todo o mundo.
Realizado no tradicional e prestigiado Lincoln Center, em Nova York, o Festival Armênios no Cinema se torna, cada vez mais, uma oportunidade única para que cineastas armênios exibam seus filmes em outros importantes festivais – filmes exibidos em edições passadas do Festival foram selecionados para festivais ainda mais famosos, como o Festival Internacional de Cinema de Toronto, o Sunset Film Festival, o Pomegranate Film Festival, entre outros.
E na edição de 2021, que foi realizada no dia 2 de dezembro, seis curtas-metragens foram selecionados e exibidos, vindos de quatro países diferentes, incluindo o Brasil!
E os filmes selecionados em 2021 foram:
- “No Thanks”, dirigido por Gary Gananian (Brasil)
- “Look Up”, dirigido por Chanel Tossounian (Canadá)
- An Armenian Triptych: Retracing Our Steps”, dirigido Alan Semerdjian, Kevork Mourad e Aram Bajakian (EUA)
- “Phantom Valley”, dirigido por Nina Kotyantz (EUA)
- “Older Posts”, dirigido por Bryan Firks (EUA)
- “What We Still Can Do”, dirigido por Nora Ananyan (Hungria)
Em comum, além de dirigido por armênios, todos os curtas eram inéditos e tinham menos de 20 minutos de duração.
E a última edição do Festival destacou uma promissora nova geração de cineastas, que abordaram em seus filmes diferentes aspectos temáticos, que incluem o abuso das mídias sociais, uma paisagem misteriosa onde uma pintura ganha vida, até temas mais tradicionalmente armênios, como o Medz Yeghern, o Genocídio Armênio.
Todos esses diferentes filmes entre si foram selecionados pelo comitê de seleção, que tem entre seus membros o diretor de artes cênicas da UGAB, Hayk Arsenyan, que comentou: “É uma sensação tão gratificante sediar um evento presencial novamente e, especialmente, retornar à Film Society do Lincoln Center. Os filmes abrangem todo um espectro de estilos, temas e linguagens. A ideia é mostrar o talento armênio dentro do escopo mais amplo das artes globais.”
Além da exibição dos filmes, alguns dos cineastas estiveram presentes e responderam às perguntas do público sobre suas obras.
Os Filmes
Em “No Thanks”, escrito e dirigido pelo brasileiro Gary Gananian, acompanhamos uma narrativa contemporânea sublime que apresenta três amigos em uma jornada íntima de reclusão. Lindamente filmado, o curta é o terceiro trabalho de Gananian, após o documentário “Rapsódia Armênia” (2012) e o curta-metragem “O Criador” (2020).
Para assistir ao “No Thanks” na íntegra, clique aqui.
O cineasta Gary Gananian, inclusive, foi aos Estados Unidos para participar do evento; abaixo, ele respondendo às perguntas do público.
Em “Look Up”, um curta-documentário dirigido pela canadense Chanel Tossounian, vemos, por meio da vida de duas jovens, como o excesso das mídias sociais podem levar ao sofrimento psicológico, abordando um tema muito importante e atual.
Em “An Armenian Triptych: Retracing Our Steps”, dirigido pelos americanos Alan Semerdjian, que é escritor, Kevork Mourad, que é músico e Aram Bajakian, que é pintor, acompanhamos os diretores, que são netos de sobreviventes do Genocídio Armênio, respondendo aos seus legados e às questões da identidade armênia. Os três artistas apresentam composições individuais em suas respectivas áreas, que se reúnem neste curta de animação destacando o poder da colaboração artística como ferramenta de criação de significado em resposta ao trauma intergeracional e à recusa de um povo a ser apagado da história.
Em “Phantom Valley”, dirigido pela americana Nina Kotyantz, acompanhamos a história de um jovem andarilho que encontra residência temporária e emprego com uma velha curandeira. No decorrer de sua estadia, o mundo dos seus sonhos e a realidade do campo se mistura, levando-o às fronteiras entre os vivos e os mortos.
Em “Older Posts”, dirigido pelo americano Bryan Firks, o tema das mídias sociais também é abordado, mas em forma de ficção. No filme, uma influencer das mídias sociais já mais velha deseja ser jovem novamente, mas quando seu desejo é atendido, suas postagens se transformam em monstruosidades horríveis.
Em “What We Still Can Do”, dirigido pela húngara Nora Ananyan, somos levados a um centro de cuidados paliativos onde uma filha cuida de sua mãe idosa. Nesta fase de seu relacionamento, ambas percebem a importância de dar liberdade uma à outra. Este ato abre um espaço infinito de amor e apreciação, pequenas coisas que elas ainda podem fazer juntas.
O Festival Armênios no Cinema retornará em 2022, ainda sem data definida.